Cheguei em Quatro Marcos solteiro, em julho de 1977. Morei com Dr Fábio e a Bia até outubro do mesmo ano, qdo fui pra Niterói me casar. Engraçado é que qdo viajei, em 10 de outubro de 1977, eu precisava de passar por Campo Grande, no Conselho Regional de Farmácia para resolver problemas profissionais ( é isso mesmo... o CRF-MT era lá... a 1000 km de distância de 4 Marcos.... hehehehehehe... é mole ?). Chegando lá , no dia 11, fiquei sabendo que era feriado porque havia sido assinada, pelo Pres.Geisel, a Lei Complementar nº 31, que dividia o antigo Mato Grosso em Mato Grosso/Mato Grosso do Sul.
Isso é que dá não ter jornal, tv e/ou rádio... nem sabia....
O estado antigo tinha à época, 93 municípios e 1.231.549 Km quadrados. A lei deixou Mato Grosso com 38 municípios e Mto Grosso do Sul com 55. Apesar de ter menos municípios, Mato Grosso ficou com a maior área... 901.420 Km2. Os caras lá do sul tinham raiva de Cuiabá. Como tive que ficar lá a tarde inteira e até o dia seguinte, ouvi, pelas ruas, todas as espécies de impropérios contra os cuiabanos... hehehehehehe. Eu, que estava chegando por aqui (era matogrossense há 3 meses), mesmo assim fiquei injuriado... não gosto de Campo Grande até hoje.... hehehehehehehehe.
Como fui avião, me casei e voltei de ônibus, pela "'Andorinhas", eu e Maria Helena... hehehehehehe
Que viagem.... Santo Deus !!!!! Pegamos Rio-Campo Grande (tinha que passar novamente no CRF) e depois Campo Grande-Cuiabá (quentão)... O motorista tinha uma unha na mão igual à do Zé do Caixão e veio mastigando alho até Cuiabá.... quase 700 km.... hehehehehehehe.... usava o unhão pra tirar a casca do alho.....Acho que ele devia ser figurante de filmes de vampiro... Maria Helena queria morrer.... hehehehehehehe.
Depois um Transjaó... mais de 300 km de poeira.... um calor dos infernos...Chegamos num dia bem sugestivo... 2 de novembro... dia de Finados......
Esta casa aí era do Alceu Turazzi e havia sido antes uma pequena clínica. O médico era o Dr Helvécio "Baiano", que não cheguei a conhecer. Ele saiu daí, foi pro antigo Hospital São Lucas e logo depois o vendeu (ou arrendou ?) pro Dr Gimenez e Dr Antonio.
Era uma das poucas casas de alvenaria da cidade... forrada e tudo... e por isso mesmo quente 'pra dedéu'. Afinal não existia energia elétrica e a nossa luz era de lampião a gás. Como não podiamos abrir os vitrôs à noite porque senão os insetos tomavam conta, imaginem.... uma estufa... hehehehehehe... com o calor que se faz aqui. Mas foi um tempo bom.
Éramos vizinhos da professora Hilda, dos Delbem, do Sr.Zeferino, fundador da cidade, do Marinho de Oliveira, pai da Leila da Academia, do Sr Antonio Mourão, pai do Morãozinho...
Notem na foto, atrás da casa, algo parecido com uma torre... nem sei se é mesmo. Mas ali tinha uma torre da Igreja Assembléia de Deus onde ficava um alto falante que nos acordava todo domingo cedo... hehehehehehehe. Difícil...
Falando em alto falantes, na frente tinha o do cinema (que também era do Alceu Turazzi) e que funcionava onde hoje é o Supermercado São José. Todo dia, as 6 da tarde, ligavam o possante. O fundo musical era "O milionário" com os Incríveis.... a bilheteira era a hoje Prof. Ireni (que está na Faculdade e me prometeu uma foto do velho Cine São José... hehehehe). O locutor (eu acho) era o Evilásio, grande figura, infelizmente já falecido... o texto era mais ou menos (claro que mudava o nome do filme...hehehehehe):
" O Cine São José anuncia para hoje mais um fabuloso espetáculo cinematográfico em Cinemascope supercolorido.... "Teixeirinha e Mari Terezinha... etc.etc..."
De vez em quando ainda se armava circos/parques de diversão ali no terreno onde é hoje o Banco do Brasil... e tome alto-falantes com aquelas antigas músicas de Fernando Mendes, Odair José, Amado Batista. É dele esse 'hit'...mais ou menos assim:
"No hospital... na sala de cirurgia...
pela vidraça eu via...voce sofrendo a sorrir...
e seu sorriso... aos poucos se desfazendo
então vi voce morrendo
sem poder me despedir..."
É isso não é Maria Helena ? Coitada, ela odeia essa música... hehehehehehe
Isso é que dá querer morar no centro da cidade... hehehehehehehehe....
Bem perto, ali na esquina da Igreja atual, ficava uma caixa d' água que servia à população do centro da cidade.... ainda hoje voces poderão ver que ali tem um poço, que serve à Igreja. Era dele que faziamos uso.
Aliás, sobre esse poço aí tenho uma coisa engraçada pra dizer. Quando a caixa foi destruida, ficou uma parede em pé e aí eu pude ver a maior quantidade de baratas da minha vida... Cacilda !!!! A parede ficou preta.... hehehehehehehehe. Nunca tinha visto aquilo... de onde elas sairam, só Deus saberá dizer... hehehehehehe. Imaginem só isso...
Morei aí até de 1977 a 1983... minha primeira filha, Ludmila, nasceu qdo morava aí.
Boa noite...Amanhã continuo...
Gilson Coimbra
NORTE FLUMINENSE: HISTÓRIA ECONÔMICA DE SÃO JOÃO DA BARRA A PARTIR DO
SÉCULO XX NARRADA EM LIVRO
-
*O* livro "São João da Barra a partir do século XX" discute o processo de
restauração econômica do município depois do fim do primeiro ciclo
portuário (...
Há um dia
Grande Gilson, o desbravador da bioquímica no centro-oeste,
ResponderExcluirEu estive em Quatro Marcos poucos meses antes de você chegar. Fui visitar o mano Fábio e sua mulher Bia. Levei minha mãe.
Aproveitei a estadia para caçar veado campeiro e pescar piranha (dois nomes de bichos estranhos rsrs) na fazenda de um amigo do Guilherme e do Fábio. Não lembro o nome do fazendeiro, apenas recordo que ele havia vendido uma propriedade em São Paulo e comprado a tal fazenda em Quatro Marcos pelo mesmo valor, porém esta era muito maior.
Na volta, tivemos um acidente na estrada Cárceres-Cuiabá. Depois de uma curva não consegui colocar o carro corretamente na ponte estreita de madeira sobre um riacho (corguinho, como dizem ou dizia por aí) e caímos n’água. Comigo não aconteceu nada, mas minha mãe fraturou o ombro. Então, voltamos para Cáceres de carona e para Quatro Marcos de táxi. Foi uma loucura.
Chegando em Quatro Marcos foi providenciado socorro para minha mãe e na casa do Fábio havia um filhote de jaguatirica bem novinho que ele havia acabado de ganhar de um cliente no hospital. Fiquei louco de vontade de trazer o bicho comigo, mas logo percebi que não seria possível. Mais tarde soube que o bicho morreu.
Abração,
Hélcio
"Homi-rapaz" !!!! Estou mesmo ficando velho... não me lembro dessa história embora o Fábio, com certeza, tenha contado pra mim.... hehehehehehe
ResponderExcluirEram estradas difíceis com seus "corguinhos" e "corgões"... pontes estreitas (um funil)... poeira à vontade... aprendi muito com elas...
Fábio/Bia foram muito carinhosos comigo... sou sempre agradecido a eles pela acolhida...
Obrigada por sua participação aqui... apareça sempre...
Ah! Voce que também era bom no desenho não era? Em nossa época de escola primária ?
Abração...
Gilson