domingo, 28 de novembro de 2021

O RESULTADO DE UMA DERROTA

Ontem o meu Flamengo perdeu uma final de Libertadores. Disputou TRÊS e venceu DUAS finais. E fiquei estarrecido com o que li nas redes após a derrota...
Quem gosta de perder ??? NINGUÉM !!! Embora já tenha visto nas redes alguns torcendo pro Flamengo perder pra cair o técnico do qual eles não gostavam...
Mas perder uma final de Campeonato ? Ninguém mesmo !!! Pelo menos eu acho isto !!!

Outra coisa !!! Futebol é um jogo .... não se ganha na véspera (a não ser que haja algum esquema armado por dirigentes... E isto existe !!!)...
O jogo é jogado dentro de campo e "só acaba quando termina". Quantas vezes vencemos/perdemos quase no momento do apito final ??? 
Nos meus 65 anos de paixão pelo Mengão, já vi/sofri/chorei/vibrei com isso...

E, durante todo esse tempo, já vi jogadores de todos os tipos vestirem o manto sagrado (pra mim, claro, é o que representa a camisa rubro-negra): craques... normais... "marromenos" ... perebas... raçudos... "lights"... ou seja de todos os tipos. Até jogadores que eu não admirava pessoalmente, como Edmundo... Felipe...Romário... e outros. E torcia para eles...

Outra coisa: futebol antigamente, era um esporte realmente popular no que diz respeito à participação direta do torcedor nos estádios... 

Nesse tempo em que sou torcedor/seguidor do futebol, tive a felicidade de frequentar o velho Maracanã, na época o maior estadio do mundo (até isto mudou em "prol da melhora de acomodações e elitização" desse esporte ), fui a muitos jogos com 200 mil pessoas lá dentro, gritando/xingando/aplaudindo/vaiando/enlouquecidas... 

Já andei postando sobre isto... vejam aqui

Então, agora sobre o jogo de ontem contra o Palmeiras. Perdemos um jogo que poderiamos ter ganho no finalzinho se o Michael acerta aquela, e tudo seria diferente. Mas uma infelicidade do garoto Andreas nos fez perder !!!

Aí, você vai nas redes e vê COMO OFENDERAM O RAPAZ !!!. A gente não gosta de perder, claro !!! 

Antigamente xingavamos em unissono nos estadios... Hoje, usam as redes pra ofender os jogadores e/ou sua familia diretamente... Não ligam nem para se exporem... parece até que muitos não sabem que aquilo escrito pode ser usado contra ele próprio ou que uma ofensa e/ou elogio se propaga, nas redes, em velocidade infinita e para um numero enorme de pessoas...

Críticas devem e podem ser feitas, a meu ver, em relação a performance do indivíduo durante o desenvolvimento da partida e dos fatos... Mas ofensa pessoal e direta... acho INADMISSÍVEL !!!

Ontem foi demais !!!

Antigamente não existiam as redes sociais e as ofensas ficavam restritas ao torcedor no estádio, embora alguns craques tenham sofridos isso na imprensa esportiva da época. 

O Zico, pra mim, foi o grande exemplo disso após ter perdido aquele penalti contra a Itália em 1986. Entrou sem muita condição física, aconteceu o penalti, foi chamado pra bater e perdeu. 

Leiam isto aqui que tirei da internet :

"...A partida seguiu vibrante na segunda etapa, com ambas as equipes jogando um futebol de altíssimo nível, sempre para frente, mas contando também com belas intervenções defensivas de lado a lado. Até que, aos 25mins da etapa final, Zico entrou em campo para mudar a história do jogo. Dois minutos depois de pisar no gramado do Jalisco, o Galinho faz passe genial, colocando Branco na cara do gol. Bats, o arqueiro francês, viu-se forçado a cometer a falta dentro da área, último recurso para evitar o pior. Pênalti. Era a chance tão aguardada, o momento perfeito para colocar o Brasil na frente e garantir a vitória consagradora. E Zico, o mesmo Zico que não tinha jogado nenhuma partida inteira naquela Copa e que estava em campo há menos de três minutos, foi escalado para cobrar o lance capital.Era muito peso para um jogador descontado, ainda fora de forma e de ritmo de jogo – mas isso pouco nos importava. Era Zico, o Galinho da Quintino, mestre na bola parada e símbolo de toda uma geração. Ninguém naquele plantel merecia mais a honra de fazer o gol tão importante naquela partida tão complicada. 
E o jogador aceitou o desafio, encarou o momento de definição sem demonstrar medo ou inibição. Mas hoje sabemos que a responsabilidade pesou forte demais em suas costas, que poucas vezes algo tido como fácil pareceu tão difícil, e para uma pessoa sabidamente tão capacitada para realizá-lo. E a cobrança em si mostra isso claramente. Zico, o grande e incontestável Zico, até hoje tido como o maior craque da história do Flamengo e um dos nomes mais brilhantes de nosso futebol, cobrou o pênalti como um moleque nervoso, bateu fraco e sem convicção, buscando o canto esquerdo, mas mal passando da linha imaginária no meio do gol. Bats, experiente e com sangue frio correndo nas veias, esperou o momento do chute e pulou, convicto, para uma emblemática defesa...."
Os penaltis, infelizmente, só confirmariam essa tendência. Platini, craque máximo da França, deu um péssimo presente de aniversário a si mesmo e errou sua cobrança; seus companheiros, porém, encarregaram-se de salvar a festa. Sócrates e Julio Cesar erraram para o Brasil – uma cruz desagradável em especial para o segundo, zagueiro jovem que teve atuação destacada durante toda a Copa e deixou nomes como Mauro Galvão e Oscar no banco de reservas. Carlos foi nos pênaltis o goleiro correto que demonstrou ser durante toda a Copa, mas teve azar nas escolhas que fez – e sofreu ainda uma piada sem graça do destino, colocando para o gol com as costas uma cobrança de Belloni, que havia estourado no trave direita. Zico cobraria um pênalti nessa decisão, e desta vez converteu o lance com um chute forte e colocado. Mas acabou sendo tarde – o momento de fazer o gol já havia passado. Mais frios, mais competentes e mais compenetrados, os franceses venceram a decisão de pênaltis por 4 a 3, e seguiram em frente na Copa do Mundo – deixando o Brasil, uma vez mais, com uma mala cheia de sonhos no retorno para casa..." (Fonte;http://cartanamanga.blogspot.com/)....

E a imprensa esportiva da época, principalmente a Bandeirantes, criticava o Zico em todos os programas... Não mencionava que na disputa ele fez e Sócrates e Júlio Cesar perderam... o culpado foi somente ele...
Juarez Soares então... foi o principal crítico... a torcida "arco-íris" aproveitou pra criticar quem a fazia sofrer...
Hoje, ela está aproveitando pra sacanear a gente pela derrota... adoram ver o Flamengo perder... hehehehehe
Ah! E o grande craque da França, Platini, também perdeu !!! Ou seja, penalti todos que batem são capazes de perder, independente da sua qualidade futebolistica...

Exemplos recentes no Flamengo são Michael e Vitinho. Xingados durante muito tempo, Michael, hoje, é reclamado como titular por quem o detonava. 
O Vitinho outro dia contra o Grêmio, jogou um bolão e quando retirado pelo Renato ocasionou a queda de ritmo do Flamengo e uma enxurrada de críticas ao técnico pela atitude... Rola até video na internet sobre o problema...

Pra encerrar, vou citar aqui uma critica que li sobre a derrota:... "o cara gasta uma fortuna pra ir na decisão e assiste o Flamengo fazer isto " 
Fiquei sabendo, depois dessa, que se a gente gasta muito o time é obrigado a vencer... Mas, os palmeirenses também gastaram igual e aí ??? Como ficaria ???
Hehehehehehe..


 





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sábado, 25 de setembro de 2021

 A vontade de voltar ao passado

Hoje eu recebi da minha irmã Gilza Coimbra , de Miracema/RJ, um video onde ela dizia : "...após ver este video, decidi compartilhar e pensei em você..."
Depois de assisti-lo, eu me emocionei. Primeiro porque sou fã do autor, Jessie Quirino. Depois porque o video me faz retornar no tempo, à minha infância e adolescência ... poderia ser eu dizendo tudo o que ele disse pelo fato de eu ter vivido simplesmente tudo aquilo.... Afinal, desde os 8 anos eu passei a frequentar o "mini-shopping" que meu pai tinha em Miracema para ajudá-lo, para aprender as coisas da vida, para conhecer tudo o que rolava naquele tempo.
A "Camisaria Gerson" era um lugar onde se vendia roupas para homens, mas também, perfumes, livros, artigos escolares, mantinha, na minha casa, uma fabriqueta de camisas, pijamas e cuecas (afinal a Zorba só apareceu no inicio dos anos 60)  e aos domingos se transformava em um mini estadio de futebol onde a galera se amontoava para ver os jogos do Campeonato Carioca pela TV Rio, ainda tudo em preto-e-branco, com sinal captado de Nova Friburgo/RJ. Eu era aprendiz de secretario, de "boy", aprendi datilografia e a ser vendedor...
E, com isso, fui travando contato com as coisas que ele fala no video: usos e costumes de homens e mulheres, surgimento de uma nova moda e as mudanças mundiais que ocorreram a partir da década de 60.. Camisas "Volta ao Mundo".... pente "Flamengo".... hehehehe

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Assistam o vídeo.... vale a pena .....



“Vou-me embora pro passado” é uma paródia construída na casca do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, do mestre Manuel Bandeira. Trata de lembranças de um passado não muito distante e pede reflexão sobre a correria da atualidade


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Agora alguns comentários sobre as músicas que ele cita.
A primeira a da Miriam Makeba.... Ela era uma "...
 cantora, compositora, atriz, embaixadora da boa vontade da ONU e ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid sul-africana. Seus gêneros musicais incluíam o jazzWorld Music e Afro-Pop.... (Wikipedia)

A música .....



Miriam Makeba - Pata Pata (Live 1967)
Compositores: Jerry Ragovoy / Miriam Makeba

Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
"Pata Pata" is the name of a dance we do down Johannesburg way.
And everybody starts to move as soon as "Pata Pata" starts to play - whoo
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Whoo, every Friday and Saturday night it's "Pata Pata" time
The dance keeps going all night long till the morning sun begins to shine - hey!
Aya sat wuguga sat - wo-ho-o
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Hiyo mama hiyo ma nantsi Pata Pata
Saguquga sath' - hit it!
Aah- saguquga sath' - nantsi - hit it!
Saguquga sathi bega nantsi Pata Pata.....


E o brasileiro mudou este refrão para :

"
Tá com pulga na cueca, já ví vo catar! " ...... hehehehehehehe Surgiram muitas versões... vou colocar duas aqui.....
Uma outra música que ele cita foi um grande sucesso também... um grupo de negros americanos surgido no inicio dos anos 60 chamado  The Rivingtons

The Rivingtons - Papa Oom Mow Mow  A verdade é que eu gostei muito do video e me fez voltar ao passado e me emocionou muito ao ir relembrando tudo,,,,,

BOA NOITE PRA VOCÊS

.







domingo, 17 de junho de 2018

O futebol de ontem e o de hoje

Começou a Copa do Mundo e, por isso, tenho tentado ver mais um pouco de futebol porque este hábito arrefeceu em mim nos últimos anos, principalmente depois daquele fatídico 10 x 1 nas finais da Copa aqui no Brasil.
E aí, com a minha participação no Facebook, posso ver como muitos amigos estão iguais a mim, ou seja, também desgostosos com os rumos que o futebol trilhou nos últimos anos.
O futebol, quando eu era criança, e pelo menos no Brasil, era um esporte totalmente popular. Tenho alguns exemplos a dar: em 16 de junho de 1950, ou seja, a exatos 68 anos, foi constru
ído no Rio de Janeiro o Maracanã, para abrigar a primeira Copa do Mundo disputada no Brasil. Um estádio onde cabiam 200 mil pessoas, de conforto relativo para quem tinha mais recursos e sem muito conforto para os menos favorecidos. Só que TODOS tinham vez na hora de assistir seu time do coração..
Concomitantemente na mesma época, surgiu a TV no Brasil, 
em 18 de setembro de 1950, trazida por Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal de televisão no país, a TV Tupi em São Paulo e em 20 de Janeiro de 1951, entra no ar a TV Tupi Rio de Janeiro. (Fonte: Wikipedia)
Só que era restrita às familias de posses. Nem todos tinham TV em casa. Na minha casa mesmo, a primeira TV surgiu em 1962/1963 e era uma TV de segunda mão... hehehehe
No final dos anos 50 já havia transmissão de jogos pela TV. Na barbearia de meu pai, em Miracema/RJ, havia um aparelho. Meu tio Edil, irmão de meu pai, além de barbeiro, mexia com conserto de rádios e montou no alto de um morro da cidade, uma repetidora de tv ligada diretamente com Nova Friburgo/RJ e por isso, aos domingos, dia de jogo do Campeonato Carioca, a barbearia virava uma festa... Repito que nem todos tinham televisão em casa....
E esse "Maracanã" enchia aos domingos para que os torcedores pudessem ver os craques desfilarem sua arte. Não havia campeonato brasileiro ainda, somente a Taça Brasil. 
Quando a Taça Brasil começou a ser disputada, entretanto, devido a questões econômicas, de transporte e de calendário, esta competição contemplava, geralmente, apenas as equipes campeãs estaduais, além de seu campeão do ano anterior. Em 1967, como o Brasil já se encontrava um pouco mais estruturado, tendo meios de transporte melhores, foi possível ousar em um campeonato mais integrado, surgindo assim, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Taça de Prata, que tornou-se na primeira competição nacional a englobar os principais clubes brasileiros.

Porém, devido a grande popularidade do futebol no Brasil, o governo militar enxergou uma excelente oportunidade para promover o ufanismo e a imagem de integração nacional, passando a intervir regularmente no esporte. Colocando, na prática, o futebol no ambicioso Plano de Integração Nacional (PIN).No decorrer desse processo político, surge em 1971, um novo torneio, o Campeonato Nacional de Clubes, que viera com a proposta de englobar times de todas as regiões do País. Este novo certame ficaria conhecido, a partir de 1974, como sendo a primeira edição do Campeonato Brasileiro, excluindo a versão anterior.(Fonte: Wikipedia)
E nesse meio tempo foram sendo reformados/construídos os grandes estádios brasileiros como o Mineirão, Morumbi,etc
Sempre cheios....
Com o tricampeonato mundial, o Brasil se tornou o centro do futebol do mundo

Times cheios de craques - que também já eram vendidos para Europa - que desfilavam nas tardes de domingos pelos estádios lotados. O foco dos times era forjar o craque em casa para colocá-lo no time principal. Hoje o negócio é vendê-lo logo.
Aí começa a mudança quando o mundo se tornou realmente a "aldeia global" do McLuhan... computador/internet/redes sociais etc... hehehehe

Os jogadores foram sendo vendidos ainda jovens, vimos surgir o futebol de resultados - muito trabalho em detrimento da arte -  o "futebol video-game" , que ouvi o Flávio Gomes falar uma vez, a meu ver, com toda razão, chegando aos dias de hoje...
Onde não existem mais nem os apelidos: ao invés de Garrincha, Pelé, Didi, Vavá, Tostão, Zico,Pepe, Tite, Cacá, Fefeu, etc, etc ... temos Philippe Coutinho, Gabriel Jesus, Thiago Silva, Neymar, Renato Augusto, etc...

Tem alguém com apelido nessa seleção ??? 
Tem alguém com apelido no atual time do Flamengo ? 
Time mais popular do País ???

"Coisa feia, apelido" .....hehehehehe

E fecharam o caixão com a construção das Arenas, que desvirtuaram o popular dos estádios, tudo nos moldes da FIFA, aumentaram consideravelmente o preço dos ingressos impedindo a patuléia de ver seu time jogar ao vivo.

Aí vem a explicação:

"As arenas são caras.. os salários também... temos que cobrar muito ou dar a sorte de formar um Gabriel Jesus e/ou Vinicius Jr para vendê-lo rápido e fazer dinheiro...."


O "futebol-negócio" em detrimento ao "futebol diversão esportiva"


A coisa chegou ao ponto da gente ler uma entrevista de um ex-dirigente do Flamengo, o tal do BAP, onde ele dizia:

"O Flamengo prefere o Maracanã com 6 mil torcedores a R$.100,00 do que 60 mil torcedores a R$.10,00. Quem não tem dinheiro que veja pela TV"

Bem, ele é (ou era) diretor da SKY... hehehehe

Era assim....




Ficou assim, mesmo com bom público...




Frequentei o Maracanã semanalmente, de 1969 até 1976. Estive em 1969, nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1970... este jogo aqui . Oficialmente, 183.341 pessoas pagaram ingresso para ver a partida e este é o recorde do Maracanã (que nunca mais será batido, diga-se) e o jogo de maior público da história da Seleção Brasileira em todos os tempos. Só que havia mais gente, os "penetras".... hehehehehe.
Eu via, nos finais de semanas, as mesas redondas, gravava jogos no video cassete (tenho mais de 200 fitas sobre futebol aqui em casa). Hoje faço mais nada disso.

Aliás, hoje eu andei vendo um pedaço de mesa redonda do SporTv e ouvi um comentarista dizer que o Philippe Coutinho seria o "man of the match"... hehehehe

Mas tá certo, hoje a galera que acompanha futebol entende inglês perfeitamente... afinal acompanham a "Champions League".... hehehehe

Embora exista um comercial no mesmo canal (acho que da Claro) que mostra brasileiros no exterior querendo acessar a net e que pedem ao garçom "la senha" (ao invés de "password")... o garçom entende "lasanha"... hehehehe

Lembra aquela piada antiga em que um jogador da seleção chegou na Inglaterra e, querendo comer ovos, perguntou ao garçom:

- Tem "eggs" ?

O garçom fez sim balançando a cabeça e trouxe 10 ovos pra ele. 


Acho que esse comercial foi baseado nessa história... hehehehe 

Futebol tem mais nada de popular no seu contexto : arenas que se parecem uma com as outras (o jogo da Rússia parecia estar sendo jogado na Arena Pantanal, tal a semelhança arquitetonica), os jogadores com penteados espetaculares, fora de campo lançando moda, tatuagem em todo corpo e, na seleção brasileira, só conhecidos pelos que acompanham mesmo o futebol diariamente. Muitos não sabem quem são eles... onde jogam, de onde vieram...


Se perdem feio, como em 2014, voltam pra Europa numa boa porque o compromisso com a torcida brasileira é zero... afinal, não enfrentarão Maracanã/Morumbi/etc lotados para ouvirem as cobranças dos torcedores contrários... não assistirão às mesas redondas. Restarão as redes sociais, mas essas lerão se desejarem. Não enfrentar Arena lotada seria impossível.. só se parassem de jogar bola.

Me lembro de como o Zico sofreu depois de ter perdido aquele pênalti em 1986.
Mesmo que tenha marcado na hora da disputa final. Imprensa e "arco-íris" não perdoaram... era todo dia de jogo do Flamengo. O tal do Juarez Soares da mesa redonda da Tv Bandeirantes então...Nunca me esqueço...

Mas isso é o que EU sinto... não estou criticando quem gosta de vestir a camisa do Barcelona em detrimento à do Flamengo e/ou Corinthians...
É, provavelmente, pela minha idade e por ter vivido os dois momentos: o antigo e o novo...


Pra encerrar, duas músicas que retratam bem tudo isso que falei...

A primeira sobre os apelidos. Hoje é muito comum a galera colocar nomes estrangeiros na molecada e encher de "pp","nn","y","k", etc.etc... como Philippe





Hot-dog Latino

Juraildes da Cruz

Povo da minha terra
Tá inventando moda, Tá achando bom
Ninguém quer se chamar João
É Bill Clinton e Alain Delon

Se Maria se chamasse Brooke Shields
Micael, Jade, São José
Mary seria nome de valor
E Michael Jackson Zé

O menino do interior
Não quer se chamar José
É Michael Douglas, Leonardo DiCaprio
De botinão no pé

Joaquim já deixou de ser Quincas
Diz agora é Rockfeller
Foi pra Santa Fé embarcou no whiskey
Tá querendo ser cumpadi de Mike Jagger
Haroldo e sua jega
Quer se chamar Arnold Schwarzenegger

Povo da minha terra
Tá inventando moda, Tá achando bom
Ninguém quer se chamar João
É Bill Clinton e Alain Delon

Se Maria se chamasse Brooke Shields
Micael, Jade, São José
Mary seria nome de valor
E Michael Jackson Zé

Cadê Herculano?
Tá rebatizando Jovelino
Mane filho de Gertrude
Agora é Joy Boy Boy-Bye menino

Pra Florida todo ano
Com Smith filho de Leobino
Só come diet só bebe light
Mas é um hot dog latino
Até meu cachorro caçador
Quer se chamar Farofino

Povo da minha terra
Tá inventando moda, Tá achando bom
Ninguém quer se chamar João
É Bill Clinton e Alain Delon

Se Maria se chamasse Brooke Shields
Micael, Jade, São José
Mary seria nome de valor
E Michael Jackson Zé

Good Morning seu Raimundo
Meu breakfast é cuzcuz
O workshop dos tupiniquins é
Proteger os caititus

Tatu de paletó e gravata
É bravata Luizinho
Mas é direito do jabuti
Querer se chamar Paul Newman
Mesmo que fique parecendo
Vitrô no rancho de capim

Povo da minha terra
Tá inventando moda, Tá achando bom
Ninguém quer se chamar João
É Bill Clinton e Alain Delon

Se Maria se chamasse Brooke Shields
Micael, Jade, São José
Mary seria nome de valor
E Michael Jackson Zé

Good Morning seu Raimundo
Meu breakfast é cuzcuz
O workshop dos tupiniquins é
Proteger os caititus

Tatu de paletó e gravata
É bravata Luizinho
Mas é direito do jabuti
Querer se chamar Paul Newman
Mesmo que fique parecendo
Vitrô no rancho de capim

O Letisgo, Vem cá Letisgo
Que Letisgo o que rapaz, você nunca viu filme americano não?
O nome do menino é Let’s go

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A segunda é em relação à indiferença dos poderosos em relação àqueles que constroem. Por exemplo, a torcida fez do Flamengo o mais popular, mas agora, com a elitização do futebol, ela foi excluída das "arenas" por causa do preço dos ingressos.




Cidadão
Zé Geraldo

Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar

Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

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terça-feira, 12 de junho de 2018

Hoje fiquei muito feliz

Hoje fiquei muito feliz ao ser convidado pela direção da Escola Estadual Deputado Bertoldo Freire para uma palestra sobre a história do município, em relação à minha participação nos acontecimentos desde que aqui cheguei, em 1977.
Afinal São José dos Quatro Marcos completa 51 anos de existência agora  no próximo dia 15 de junho
Fui extremamente bem recebido pela garotada e pelas responsáveis pelo evento.
Espero ter agradado nessa minha conversa com os alunos. Era pra ser uma hora e acabou durando quase duas, tantas as coisas pra falar e pra mostrar em termos de fotos e vídeos.
Infelizmente, mesmo tendo avançado no tempo, não deu pra mostrar tudo.
Mas gostei MUITO. Eles fizeram perguntas, riram muito com algumas histórias e me aplaudiram bastante no final.
Nada apaga este prazer que senti. Obrigado à direção da Escola pelo convite.
Sempre estarei à disposição de vocês para o que for preciso...
Seguem algumas fotos do evento...

O café da manhã que foi servido pra galera...
  





 Fotos da palestra.....









Encerramento...


Eu com a minha obra que me orgulha tanto...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Cérebro eletrônico....

Rolava 1969... corrida espacial... início da cibernética... e o cérebro eletrônio...
Me lembro de um Centro de Processamento de Dados que havia em Niterói em frente a Rodoviária... um prédio inteiro... nunca entrei lá pra ver como era lá dentro... Imaginem o tamanho do(s) computador(s) - ou cérebro eletrônico - que devia ter por lá... hehehehehe
Vivi tudo isso... Copa de Mundo de 1970 ao vivo e a cores com as transmissões via satélite... um avanço.... hehehehe
Hoje, tudo na palma da mão através dos smartphones... hehehehehe
Mas, então o Gilberto "Gênio" Gil, lança diversas músicas falando sobre o tema...
.
Uma delas é esta aqui...


A letra... e a análise dela vocês podem ver neste link aqui

Antes, em 1967, com a corrida espacial, ele havia lançado esta aqui :



Letra e análise da música neste link aqui

Depois, mais pra frente, ele continuou a falar sobre o tema....

Este disco Louvação aí é, pra mim, um marco da MPB....

Curtam...

sábado, 29 de outubro de 2016

Razões do coração !!!



"...Quem um dia irá dizer que existe razão

Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?..."

"...
Há um alguém na multidão

Que vai lhe adorar com devoção. 
Há um alguém na solidão
Que vai lhe entregar com amor 
O seu coração. .."

Estava ouvindo "Eduardo e Mônica" ,do Renato Russo, e fiquei pensando como o amor chega sem esperar e não exige condições...

Me lembrei de outro sucesso antigo, do tempo da Jovem Guarda, "Alguém na Multidão", do Rossini Pinto, sucesso dos Golden Boys...

Quem é mais velho como eu se lembra do sucesso que foi... hehehehehe

O amor aparece quando a gente menos espera... é ou não é....

Aqui as duas músicas para vocês curtirem....

A mais antiga....




ALGUÉM NA MULTIDÃO
(Rossini Pinto)
Golden Boys

Se você perdeu um amor como eu,
Alguém que você nunca jamais entendeu,
Pra que lamentar o que aconteceu,
Há um outro alguém esperando você.

Há um alguém na multidão
Que vai lhe adorar com devoção. 
Há um alguém na solidão
Que vai lhe entregar com amor 
O seu coração. 

Se a vida tem sido má pra você, 
Se o destino ingrato lhe faz padecer,
Não chores nunca mais!
Você vai ser feliz!
Ouça com atenção estes versos que eu fiz: 

Há um alguém na multidão
Que vai lhe adorar com devoção. 
Há um alguém na solidão
Que vai lhe entregar com amor 
O seu coração.

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Agora a do Legião Urbana....

Nada mais diferente do que o jeito de cada um... os gostos e/ou manias dele e dela "nunca poderiam dar certo"

Pois é....


Eduardo E Mônica

Compositor: Renato Russo


Quem um dia irá dizer que existe razão

Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade
Como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
- Eu não estou legal, não aguento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
- É quase duas, eu vou me ferrar

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"

E, mesmo com tudo diferente
Veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro e artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Em que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz

Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação

E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?