Estava viajando ontem de Quatro Marcos pra Cuiabá, ouvindo músicas, porque ninguém é de ferro, e tocou esta aqui...
Aí comecei a comentar com Maria Helena sobre a capacidade do Chico em retratar o cotidiano em suas letras... Arranjar palavras certas para contar uma história, como esta aí, da Ópera do Malandro, baseada na Opera dos Mendigos, de Bretch, como podem ver no link.
Geni, na realidade um travesti, mostra como a sociedade é hipócrita... preconceituosa... só vê o que lhe interessa... não olha para o próprio umbigo... Mudou nada daquela época para hoje... ou mudou ?
Afinal, gostamos de julgar as pessoas que não se encaixam em nossa maneira de ver as coisas. É ou não é ? Deveria ser uma luta cotidiana das pessoas tentar mudar isso...
Uma vez, li em um blog, um comentário sobre isso onde o cara citava este pedaço da música, dito pelo comandante do Zepelim:
"Quando vi nesta cidade... tanto horror e iniquidade.. "
Ou seja, o forasteiro enxergava o que a cidade não via... ou não queria ver... hehehehehehe.
Por ter sido lançada em 1978, ela também serviu de pano de fundo às críticas sobre o regime militar... A net está cheia de interpretações... A peça sofreu Censura, etc....
De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geleia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo –- Mudei de ideia
– Quando vi nesta cidade
– Tanto horror e iniquidade
– Resolvi tudo explodir
– Mas posso evitar o drama
– Se aquela formosa dama
– Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
– e isso era segredo dela –
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
GilSOM: Esses dias estava num aniversário entre amigos e parentes e surgiu o nome de Dona Geusa. Todos os presentes, praticamente tinham sido alunos dela. Alguns não sabiam do falecimento. Daí comentei sobre vc,sobre sua sensibilidade e conhecimento musical... Sempre bom ouvir os sons que posta aqui. A homenagem recebida que citou hoje deve ter sido emocionante. Parabéns!
Foi emocionante pra mim sim Angel... Uma experiência única tomar parte ativa na criação de um município... Qto a Geusa... lá se vão 2 anos... Mais uma vez, obrigado pelo comentário...
Um cara que tem, há muito, a idéia de escrever sobre Quatro Marcos. Deixar gravado a trajetória dessa jovem cidade, enquanto é tempo... só que não sabe escrever livros. Aí aparece o blog, uma nova maneira de fazê-lo.
Também, uma pessoa que gosta da arte (qualquer que seja) e vê nela uma arma poderosa para tentar mudar o mundo...melhorar a vida das pessoas... na realidade um grande sonho...ou somente isso, eu sei. E o tempo está acabando...
Este blog foi criado com a intenção de ir contando histórias, mostrando fotos e documentos a respeito de Quatro Marcos. Nunca de ser um histórico definitivo sobre a cidade. Não tenho essa pretensão...hehehehe. Tanto que aproveito o espaço pra falar de outras coisas que não dizem respeito à nossa cidade, mas que acho interessante...
Vou, sempre, perguntando àqueles que já estavam aqui antes de minha chegada, julho de 1977, como eram as coisas... vou colocando os créditos... e logicamente as postagens ficam em aberto...quem quiser opinar, adicionar informações,etc. é só falar... será um prazer tentarmos,juntos, escrever uma pequena história desse lugar onde moramos e que, de um modo ou outro, ajudamos no crescimento e aprendemos a gostar....
Sugiro ainda que sempre voltem às antigas postagens já que informações novas sobre fotos antigas já publicadas, serão colocadas por lá para facilitar comparações...
Fiquem à vontade para opinar...
Gilson Coimbra
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Com *Dr. Gilson Coimbra*
*http://quatromarcos-emfoco.blogspot.com/*
GilSOM:
ResponderExcluirEsses dias estava num aniversário entre amigos e parentes e surgiu o nome de Dona Geusa. Todos os presentes, praticamente tinham sido alunos dela. Alguns não sabiam do falecimento. Daí comentei sobre vc,sobre sua sensibilidade e conhecimento musical...
Sempre bom ouvir os sons que posta aqui.
A homenagem recebida que citou hoje deve ter sido emocionante. Parabéns!
Foi emocionante pra mim sim Angel... Uma experiência única tomar parte ativa na criação de um município...
ResponderExcluirQto a Geusa... lá se vão 2 anos...
Mais uma vez, obrigado pelo comentário...