domingo, 7 de agosto de 2011

Aqui com Caetano Veloso...



Cambalache
Caetano Veloso
Composição: Enrique Santos Discépolo

Que el mundo fue y será una porquería, ya lo sé.
En el quinientos seis y en el dos mil, también.
Que siempre ha habido chorros, maquiavelos y estafaos,
contentos y amargaos, varones y dublés.
Pero que el siglo veinte es un despliegue
de maldá insolente, ya no hay quien lo niegue.
Vivimos revolcaos en un merengue
y en el mismo lodo todos manoseaos.

Hoy resulta que es lo mismo ser derecho que traidor,
ignorante, sabio, chorro, generoso o estafador...
¡Todo es igual! ¡Nada es mejor!
Lo mismo un burro que un gran profesor.
No hay aplazaos ni escalafón,
los ignorantes nos han igualao.
Si uno vive en la impostura y otro afana en su ambición,
da lo mismo que sea cura, colchonero, Rey de Bastos,
caradura o polizón.

¡Qué falta de respeto, qué atropello a la razón!
Cualquiera es un señor, cualquiera es un ladrón...
Mezclao con Toscanini, Ringo Starr e Napoleón,
Dom Bosco e La Mignon... John Lennon y San Martín...
Igual que en la vidriera irrespetuosa
de los cambalaches se ha mezclao la vida,
y herida por un sable sin remache
ves llorar La Biblia junto a un calefón.

Siglo veinte, cambalache problemático y febril...
El que no llora no mama y el que no afana es un gil.
¡Dale, nomás...! ¡Dale, que va...!
¡Que allá en el Horno nos vamo' a encontrar...!
No pienses más; sentate a un lao,
que a nadie importa si naciste honrao...

Es lo mismo el que labura
noche y día como un buey,
que el que vive de los otros,
que el que mata, que el que cura,
o está fuera de la ley...

Maluco Beleza...

Eu estava lendo o livro O Som do Pasquim que ganhei de presente antecipado do Dia dos Pais e uma das entrevistas é com Raul Seixas. Realizada em 1973 ela contém uma amostra de quem era o artista...

Exemplo ? Vejam esta resposta a uma pergunta sobre uma entrevista que ele deu à Manchete dentro de um avião no Aterro do Flamengo...

- Aquela foi gozadíssima. Ela ligou lá pra casa e disse: "Eu quero fazer uma matéria com você". Eu disse: "Pois não, mas eu tenho que fazer uma viagem de avião. Eu só dou a entrevista dentro do avião". Era aquele avião que tem lá no aterro. Aí nós fomos pro avião...16 horas. Ela já estava me esperando lá. E Paulo Coelho com a mala. Todos nós entramos no avião. "Cê tá gostando da viagem?". Pusemos o cinto de segurança. E ela com medo de fazer a entrevista, um medo horrivel de mim. Aí surgiu a aeromoça, que era a minha mulher, servindo sanduíche, cafezinho. Ela ficou apavoradíssima. Mas foi uma brincadeira que nós fizemos para usar a imaginação...

Em outro momento, comentando sobre um tango que havia gravado, ele disse:

"- É um tango de Enrique Santos Discepolo, "Cambalache".Eu acho bonito este tango. Discépolo foi um cara incrível. Vocês sabem da história dele? Ele fez este tango e depois meteu uma bala na cabeça..."

Este era o Raul Seixas.... este é o tango.... com ele



Cambalache
Raul Seixas
Composição: Enrique Santos Discépolo

Que o mundo foi e será uma porcaria eu já sei
Em 506 e em 2000 também
Que sempre houve ladrões, maquiavélicos e safados
Contentes e frustrados, valores, confusão
Mas que o século xx é uma praga de maldade e lixo
Já não há quem negue
Vivemos atolados na lameira
E no mesmo lodo todos manuseados
Hoje em dia dá no mesmo ser direito que traidor
Ignorante, sábio, besta, pretensioso, afanador
Tudo é igual, nada é melhor
É o mesmo um burro que um bom professor
Sem diferir, é sim senhor
Tanto no norte ou como no sul
Se um vive na impostura e outro afana em sua
Ambição
Dá no mesmo que seja padre, carvoeiro, rei de paus
Cara dura ou senador
Que falta de respeito, que afronta pra razão
Qualquer um é senhor, qualquer um é ladrão
Misturam-se beethoven, ringo star e napoleão
Pio ix e d. joão, john lennon e san martin
Como igual na frente da vitrine
Esses bagunceiros se misturam à vida
Feridos por um sabre já sem ponta
Por chorar a bíblia junto ao aquecedor
Século xx "cambalache", problemático e febril
O que não chora não mama
Quem não rouba é um imbecil
Já não dá mais, força que dá
Que lá no inferno nos vamos encontrar
Não penses mais, senta-te ao lado
Que a ninguém mais importa se nasceste honrado
Se é o mesmo que trabalha noite e dia como um boi
Se é o que vive na fartura, se é o que mata, se é o
Que cura
Ou mesmo fora-da-lei